apoio cultural poderá ser realizado por entidades de direito privado e de direito público.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Memória da reunião dos GTs que que definiu o calendário das Conferencias regionais de comunicação no estado do Pará.

Vamos ficar atentos com as datas em cada região!!!!

RELATORIA – REUNIÃO COMISSÃO PRÓ-CONFECOM-Pa - 06/05/2009

Presentes: Enilson: FRC; Rosa: ACAO e Rádio Açai; Eduardo: ACAO;Junior: Rádio Guamá FM; Socorro Pereira: Secom da CUT; Carlos Pará:Revista PZZ; Laura Santana: PZZ; Gisela: Aluna da FAPAM; Larissa:Aluna da UFPa e representando a ENECOS; Acauã: Aluno da FAPAM;Luiz Cunha: Sindicato dos Radialista; Nagi: Sindicato dos Radialistas;Marcos Urupá - Intervozes

         Pauta:

1 – Avaliação da Sessão da Câmara

 Esta foi a a 3ª atividade da Comissão Pró- Conferência. O eventoi foi avaliado positivamente o Várias entidades estiveram presentes, mesmo com a chuva que caia na cidade. Tem-se que centrar força no evento da audiência da Assembléia Legislativa.  Os representantes dos Gt's de mobilização e comunicação devem ir na Assembléia Legislativa ver como está essa reunião.

As falas dos companheiros da mesa foram boas. Foi visto que mesmo achando que o tema é novo para os vereadores do PT, achou interessante que todos estavam lá. E demonstraram interesse em se apropriar do tema. Está claro que o processo está avançando, pois ações públicas como essa faz com que mais pessoas compareçam às reuniões.

1 – Finalização  dos Planos de Trabalho (Orçamentos)

·                                 Apenas dois grupos apresentaram os orçamentos: Comunicação e Mobilização. Estão faltando 3 orçamentos. (Infra, planejamento, projeto). Foi colocado que devemos mudar a metodologia de construção do orçamento. Foi criado um grupo de relações institucionais, que não funcionou e que a Sedect tem uma infra-estrutura que podemos usar a serviço da mobilização nos interior do Estado. Os estudantes se reunem aos sábados, e a conferencia foi colocada como proridade. Existe a vontade de vários estudantes participarem das reuniões e dos GT's da Conferência.

·                                 Os estudantes  presentes se comprometeram em reativar o endereço eletrônico para socializar as atividades da Conferencia ou até a criação de um Blog.

Encaminhamento: Até quarta-feira dia 13, na próxima reunião, fechar o orçamento para entregar para a governadora junto com o clipping de notícias.

2 – Discutir a plenária estadual:

Está agendada para Setembro, faltando precisar data. Sabe-se que será no Hangar.

3 – Calendários regionais

            Os calendários regionais serão feitos de junho até agosto. A estadual será em setembro. As plenárias serão feitas em:

          RMB e Marajó: 6 de junho.

          Regional Santarém: 20 de junho

          Regional Marabá: 11 de julho (sul e sudeste Pará)

          Regional Altamira: 8 de agosto

          Regional Castanhal: 22 de agosto

Obs: estima-se o mínimo de 100 participantes  por plenária regional

            Tem-se que ver agora os locais nos municípios onde as conferências regionais acontecerão.

4 – Ofício para a governadora para o decreto.

            Após o fechamento dos orçamentos, vamos fazer o ofício para a governadora, pedindo o Decreto que chamará a Conferência.

05 – Datas e horários das reuniões

·                                 Não houve a participação esperada nesta reunião no novo horário estabelecida (18:00 horas), chegou-se a conclusão de que deveremos manter o dia (quarta feira),  porém no horário das 16:30 horas


ABRAÇO REGIONAL SUL E SUDESTE - PA - BRASIL

 

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ata da reunião da Comissão Nacional Pró Conferência .

Data: 08 de maio de 2009

Presentes: Augusto Veit (Campanha pela Ética na TV – CDHM), Romário Schettino (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal), Ivan Moraes Filho (MNDH), Jonas Valente (Intervozes) , Anna Karina de Carvalho (Abepec), Fabio Senne (Andi), Celso Schroder (FNDC),Marcelo Inácio de Sousa (Agência Abraço), José Soter (Abraço), Andre Ricardo (Cojira), Fernanda Benvennitty, Toni Reis (ABGLT), Carlos Senna (Arpub), Sonia Hypolito (CLP), Leyberson Pedrosa (Projeto Casa Brasil), Caetano Ruas (Cultura Digital Minc/CNPQ), Sheila Tinoco O. Fonseca (Fenajufe), Simone de Moraes (Senado), Bráulio Costa Ribeiro (Intervozes e Arpub), Jacira da Silva (Mov. Negro Unificado), Marcio Araujo (CDHM), Lisandra Arantes (Abong), Marcus Elícius de S. Lima (PFDC/MPF), Jorge Bruno Souza, PFDC/MPF, Antonio Diniz Lopes (Amarc), Josiane Santana (Cultura Digital), Elisângela Karlinski (Marcha Mundial Mulheres), Carla Bezerra (Marcha Mundial Mulheres), Marcelo Arruda (Intervozes) , Rogério Tomaz Jr. (Intervozes) , Michael G. Gorman (Gab. Dep. Luiza Erundina Brasília), Jerônimo Pinto (Enecos), Caio Bruno (Enecos), Carolina Ribeiro (Intervozes) , Fernando Paulino (LapCom/UnB) .
Caráter da CNPC/Organização interna
Mais uma vez, o caráter da CNPC esteve em debate. Foi reafirmado seu caráter de mobilização e de pactuação de propostas de consenso da sociedade construídas em conjunto com as Comissões Estaduais a serem apresentadas à Comissão Organizadora. Não devemos antecipar a Conferência, mas é importante termos uma linha, pois a maioria das entidades quer um novo paradigma de comunicação. É importante que esses consensos também fiquem explicitados.
Optamos, mais uma vez, pela não mudança do nome pelo seu histórico e assimilação pelo conjunto do movimento.
Para não sobrecarregar um pequeno grupo, facilitar a interlocução e a sistematização das demandas/propostas que chegam das Comissões Estaduais e tocar o plano de mobilização da CNPC foi formado um grupo com caráter operativo: Augustino Veit (Campanha pela Ética), Caio Bruno (Enecos), Carolina Ribeiro (Intervozes) , Rogério Tomaz (pela CDHM), Caetano Ruas (Cultura Digital), Simone de Moraes (Senado), Marcelo Inácio (Abraço), Priscila Carvalho (CFP), Sheila Tinoco (Fenajufe).
Procedimentos internos e com as Comissões Estaduais/calendá rio
A CNPC passa a se reunir mensalmente em caráter ordinário, e extraordinariamente um dia antes das reuniões da Comissão Organizadora, de modo a azeitar os posicionamentos que serão defendidos de maneira unida pelas entidades da sociedade não empresarial que compõem a CO da Conferência.
Somente serão defendidas de maneira unida na CO as propostas que forem consensuadas nas plenárias das Comissões Estaduais e Nacional. Quando o consenso não for possível nas plenárias das Estaduais e Nacional, ou quando não for possível realizar plenárias das Comissões Estaduais e Nacional, tentaremos novamente consensuar as propostas nas reuniões ordinárias e extraordinárias da CNPC. Devemos todos fazer o maior esforço possível pelo consenso, pois a falta dele significa fragmentar a atuação da sociedade na CO.
Seria interessante que as Comissões Estaduais Pró Conferência também se organizassem para intervir nas Comissões Organizadoras Estaduais de forma semelhante à que a CNPC pretende intervir na CO Nacional.
É preciso fortalecer os canais de diálogo com as Comissões Estaduais. Além da lista, precisamos de outros momentos por videoconferência e presenciais para fortalecer a interlocução com os estados, potencializando a mobilização e a força das propostas a serem apresentadas na CO. Para tanto, a CNPC irá:
Disponibilizar sempre com antecedência a pauta de sua reunião nacional de modo que as estaduais possam contribuir por email para os debates em curso;
Realizar, após as reuniões ordinárias mensais, videoconferência para troca de informações, informes, repasse do que foi debatido na reunião nacional e esclarecimento de dúvidas.
Abrir fóruns no novo site para debatermos questões específicas.
Tentar viabilizar reuniões presenciais bimestrais e garantir pelo menos a realização de mais dois Seminários de Formação Nacionais.
Calendário
22 de maio – Plenária das Comissões Estaduais e Nacional
23 e 24 de maio – I Seminário de Formação CNPC (a confirmar)
05 de junho – Reunião mensal ordinária CNPC
08 de junho – Videoconferência mensal ordinária entre CNPC e Comissões Estaduais
Obs: As demais agendas serão definidas após a reunião na plenária do dia 22/05 e reunião da CNPC no dia 05/06/.
Posicionamento da CNPC em relação à portaria
Foi ponderado por várias entidades que as Comissões Estaduais e diversas organizações já se posicionaram em relação à portaria. Lançar uma carta poderia deslegitimar as entidades que estão na CO e que fazem parte da CNPC. É importante explicitar essa divergência já no primeiro dia de reunião da CO, mas não tirar uma posição pública, já que a composição da CO é batalha perdida. Encaminhamentos:
Não tirar carta de posicionamento público;
Sugestão de posicionar-se na primeira reunião acerca da composição da CO;
Solicitar que seja dado à suplência o direito de participar das reuniões da CO com direito à voz.
Agendar audiências com representantes do Executivo e Legislativo, buscando alianças no poder público para as questões importantes.
Seminário de Formação – 23 e 24 de maio
Surgiu na plenária do dia 16/04 a idéia de fazer um Seminário de Formação nos dias 23 e 24 de maio, aproveitando a presença das pessoas em Brasília para a plenária do dia 22/05. Foi enviado para a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese) um projeto de captação de recursos para o Seminário, que inclui recursos para a vinda de um representante por estado (passagem, alimentação e hospedagem), traslado, aluguel de espaço, registro e transmissão da atividade, entre outros. A Abong gentilmente cedeu seu CNPJ para captar o recurso e repassá-lo à CNPC. A resposta definitiva só virá na quarta-feira, 13 de maio. Há boas chances.
O grupo operativo fica responsável por definir uma primeira proposta de programação do Seminário, caso ele realmente aconteça, e enviar para a lista da Comissão Nacional assim que possível.
Debate sobre Metodologia e Temário/Novo prazo para envio de propostas
Em função do pedido de algumas Comissões Estaduais que ainda não haviam conseguido realizar o debate, o novo prazo para envio de propostas a serem sistematizadas para a plenária é 15/05. As propostas devem ser enviadas por email para: proconferencia. com@gmail. com
5.1 Sistematização do debate sobre metodologia
No debate sobre metodologia a idéia foi acumular um pouco mais a partir dos cinco pontos em que houve divergências na plenária do dia 16/04. Abaixo segue uma sistematização desse acúmulo, a partir do que foi apresentado, do debate do dia 16/04, da contribuição das estaduais e do debate da reunião da CNPC dia 08/05. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal mandaram contribuições até o dia 07/05.
Legenda:
Proposta inicial da Comissão Nacional Pró Conferência – vermelho.
Polêmicas registradas na Plenária das Comissões Estaduais no dia 16/04 – azul.
Propostas das estaduais que chegaram até 07/05 – verde.
Argumentações e acúmulo do debate na reunião da CNPC, 08/05 – roxo.
Informe Brasília: Debate sobre metodologia será no dia 13/05.
a. Caráter
Não-vinculativo (não deve ser explicitado no documento)
Os que defendem o caráter vinculativo consideram que é preciso aproveitar este momento histórico para garantir que o poder público encaminhe as políticas definidas na Conferência. Os que defendem a não-vinculativas avaliam que há um risco em garantir uma obrigação de encaminhar já que a correlação de forças pode ser desfavorável.
Mato Grosso: “Defendemos que a Conferência NÃO seja deliberativa”.
Rio de Janeiro: Defesa do caráter vinculativo.
São Paulo: deliberativa.
Não houve debate sobre este ponto.
Esclarecimento: Todas as Conferências são deliberativas, ou seja, têm deliberações como resultado final. A diferença é o que se faz com essas deliberações. Nas Conferências de Saúde, por exemplo, as resoluções são automaticamente encampadas pelo poder público. Estas, estamos chamando de vinculativas. Na maioria das outras Conferências as resoluções têm caráter consultivo. Estas outras, estamos chamando de não-vinculativas. A nomenclatura pode ser outra, mas para os fins do debate que aqui se coloca adotaremos, por ora, essa nomenclatura.
b. Comissões organizadoras estaduais
A proporcionalidade deve seguir a da Comissão Organizadora Nacional, posição que pode ser revista a depender da composição do CO Nacional. Nos estados onde não houver representação do empresariado as vagas serão destinadas a representantes da sociedade.
Os que defendem não repetir avaliam que há estados onde podemos conseguir correlação de forças melhores do que a nacional. Os partidários da repetição consideram que pode haver proporcionalidade melhor nos estados, mas que isso é menos provável do que o inverso. Na maioria dos estados, se deixar aberto, pode resultar em uma correlação de forças mais desfavorável para os movimentos sociais.
Rio de Janeiro: Não repetir a composição da Comissão Organizadora Nacional.
São Paulo: Os GTs estaduais e distritais devem garantir a representação preferencial de movimentos que não têm representação nacional, devendo contemplar, em sua delegação, a diversidade quanto a raça, gênero, orientação sexual, etnia, etc.
Algumas pessoas defenderam que a proporcionalidade da Comissão Organizadora Nacional ficou ruim. É importante desfazer o erro, é importante fazer com que a representação seja melhor equilibrada. Outras pessoas consideraram mais produtivo que as COs Estaduais sejam o mais parecidas possível com a CO Nacional, pois o contrário poderia criar problemas de representação.
c. Etapas/Delegados
- Regionais (obrigatórias e não-obrigatórias)
- Estaduais (eletivas à nacional)
- Nacional
Etapas regionais e estaduais
Serão admitidas duas possibilidades de organização das Conferências Estaduais, cuja definição é uma prerrogativa da Comissão Organizadora estadual:
I - Com etapas regionais obrigatórias e eletivas;
II - Com etapas regionais não-obrigatórias e não-eletivas;
I - Nesta forma, o estado é dividido em regiões, que podem compreender municípios ou grupos de municípios. Cada região realizará, obrigatoriamente, uma etapa preparatória, obrigatória e eletiva. Esta terá a prerrogativa de elaborar propostas e eleger delegados à etapa estadual. Na estadual, os delegados eleitos na regional preparatória, obrigatória e eletiva, são aqueles aptos a participarem da elaboração e votação das propostas e da escolha dos delegados à nacional;
II - Nesta forma, o estado não é dividido em regiões que obrigatoriamente devem realizar etapas preparatórias obrigatórias e eletivas. As etapas regionais poderão acontecer, mas terão caráter de formação e preparação, apenas. A Conferência estadual passa a ser, assim, a única etapa eletiva daquela Unidade da Federação. Neste caso, todos os indivíduos que comparecerem ao evento poderiam votar e ser votados, respeitando a proporção entre os representantes de 75% da sociedade e 25% do poder público e de um minimo de 20% de representantes vindos do interior e um mínimo de 50% dos residentes na capital.
A conferência terá um total de 1500 delegados, sendo no máximo 75 (5%) natos. A divisão dos delegados por Unidade da Federação observará o critério populacional, preservando um número mínimo. Serão admitidos delegados natos desde que não ultrapassem 5% do total de delegados da Conferência. Serão admitidos também observadores, cuja participação obedecerá critérios definidos pela Comissão Organizadora Nacional.
A eleição de delegados nas etapas estaduais deverá observar a proporção entre sociedade e poder público de 75% e 25%, devendo cada um dos segmentos ser eleitos por seus pares. Naqueles estados que não optarem por etapas regionais obrigatórias, deverá ser respeitada a proporção de no mínimo 20% para representantes do interior e 50% de representantes da capital.
Os defensores de uma proporção por região (metropolitana e interior) argumentam que é preciso garantir representantes das duas áreas. Deixar sem este mecanismo pode fazer com que em um determinado estado uma articulação atropele e sobrerepresente uma determinada região daquela Unidade da Federação, em detrimento de outras. Os críticos afirmaram que a especificidade de cada estado é que deve dar o tom da eleição dos delegados, sendo ruim definir rigidamente a priori uma proporção para a região metropolitana e para o interior.
Rio de Janeiro: Proporção entre poder público e sociedade – 25% para o governo. Foi polêmica a questão de separar ou não um percentual para os empresários. A maioria optou por não separar
um percentual. O empresariado deve disputar com os demais setores da sociedade as mesmas vagas de delegados.
Minas Gerais: Etapas estaduais (representação / delegados): Caso as cidades do interior ocupem apenas parcialmente a cota das vagas reservadas para seus representantes (40%) as vagas restantes serão destinadas aos representantes da região metropolitana (e vice-versa).
São Paulo: As fases municipais e regionais serão abertas. As Conferências Estaduais e Distrital terão delegados/as eleitos nas etapas anteriores, mas serão abertas para observadores, com direito a voz. A Conferência Nacional será composta, fundamentalmente, por delegados/as; Cada Estado e o Distrito Federal deverão ter autonomia para decidir se realizarão etapas municipais e regionais, não estando a realização das Conferências Estaduais e Distrital vinculadas à realização prévia dessas etapas; A Etapa Nacional deve ter a perspectiva de contar com a participação de, pelo menos, 2 mil delegados/as. Destes, no máximo 16% devem ser de representação de empresários; A representação da sociedade civil na Conferência Nacional deverá levar em consideração a proporcionalidade da população dos Estados, podendo-se adotar, complementarmente, o sistema de cotas para determinados grupos, de modo a evitar-se uma super representação do empresariado.
É importante colocar a possibilidade das propostas serem construídas e apresentadas por meio de Conferências Livres e Conferências Virtuais.
Foi considerado baixo por algumas pessoas o percentual de 5% natos. Há grupos como os indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência que tem grande dificuldade de competirem por votos, mas que seria fundamental garantir a representação. Na Conferência de Direitos Humanos as cotas não funcionaram em alguns estados, tendo setores organizados ocupado quase todas as cotas destinadas a grupos com dificuldade de organização. Uma solução para isso pode ser garantir que quem tem direito a cota não pode disputar a eleição para delegado.
d. Produtos da Conferência
I - A Conferência Nacional terá como resoluções diretrizes, ações e moções, que serão encaminhadas ao poder público para implementação ou divulgação;
II - Cada Conferência Estadual deverá apresentar até 10 (dez) diretrizes e 30 (trinta) ações para serem debatidas como propostas na Conferência Nacional
III - O temário das Conferências Estaduais deverá respeitar o temário da Conferência Nacional, sendo a metodologia para discussão livre, desde que ao final cada Conferência apresente o número máximo estipulado de diretrizes e ações para serem debatidas como propostas na Conferência Nacional.
Os defensores da proposta da CNPC argumentam que se não houver limite pode haver um número muito grande de propostas, o que pode dificultar muito o debate e a votação na nacional e, na abundância, tirar o foco de pontos prioritários. Os críticos dizem que pelo fato de ser a primeira conferência, deve haver vazão para as demandas reprimidas dos setores sociais sem limite.
Minas Gerais: Cada conferência estadual deverá apresentar 15 (quinze) diretrizes e 50 (cinquenta) ações para serem debatidas como propostas na Conferência Nacional.
Rio de Janeiro: Sem limite de propostas.
Embora o número seja aleatório ele tem a finalidade de definir prioridades. Não podemos esquecer que algumas Diretrizes e ações serão definidas no âmbito local. Isso já daria vazão a um número grande de propostas que não iriam para a nacional.
Outras propostas de São Paulo para metodologia:
O ideal é a ampliação da Conferência para 4 dias, como tem sido a maioria das Conferencias Nacionais recentes.
As mesas deverão, na medida do possível, expressar diversidade de representação dos diferentes setores da sociedade civil e do Poder Público;
As Conferencias Municipais são importantes para ampliar o debate.
Em todas as etapas, deve-se visar à ampla participação de setores organizados ou não da sociedade, possibilitando o envolvimento de setores que anteriormente não estavam envolvidos diretamente nas discussões sobre o tema.
Calendário para realização das etapas:
MUNICIPAIS: JULHO E AGOSTO
ESTADUAIS: SETEMBRO E OUTUBRO
Temos maio e junho para desencadear processo local. Não é necessário longo período entra as estaduais e a nacional. Tempo somente para sistematização, organização logística e articulação.
A Comissão Nacional Pró-Conferência deve ter continuidade e sua permanência, mesmo após a formação da Comissão Organizadora oficial, deve ser garantida.
Precisamos pensar na organização de uma pré-conferência da sociedade civil um ou dois dias antes da Conferência Nacional.
5.2 Sistematização do debate sobre temário
Houve a tentativa de levantar os dissensos.
1) Lapcom/Intervozes
Pensando em questões que pudessem orientar os grupos de trabalho. É importante discutir a cadeia produtiva, mas para que as pessoas pudessem participar era preciso construir uma forma mais didática. Falar de provimento com a população afastaria a participação. As discussões de cadeia produtiva seriam feitas transversalmente.
2) FNDC
È muito semelhante. Não é só a questão da nomenclatura mais fácil. Depois podemos chamar do que quisermos. Há princípios fundamentais que devem orientar a Conferencia. O debate de princípios ficam em uma primeira mesa. A partir daí entramos em politicas publicas. Temos que dar conta dos meios. O que não aparece é a cadeia. Ou nós tornamos isso público ou vamos manter isso para nós.
3) Proposta de São Paulo (ANEXO I)
Pedem um dia a mais de conferência.
Colocam princípios em forma de GT.
Propõem que a ordem do debate seja: 1) Princípios 2) Políticas Transversais/ Eixos estruturantes 3) Meios.
4) Sugestões mais pontuais de outros estados:
Minas Gerais:
Propostas gerais (condução das discussões):
- Temas como financiamento e oligopólios devem ser inter-relacionados pela discussão de conteúdo (produção, diversificação e distribuição). Todos os temas relacionados com o conteúdo proporcionarã o avanços na discussão dos movimentos sociais com o empresariado. É importante manter um discurso coeso.
- Para todos os meios de comunicação definir percentual em termos de conteúdo e capital de origem internacional.
Propostas específicas:
TV comercial:
- Controle público/social do conteúdo incluir - (diversidade étnico-cultural e respeito aos direitos humanos)
- Proteção à criança e ao adolescente na televisão
TV's não comerciais:
- TV's Comunitárias - incluir - gestão, financiamento e programação, assim como é colocado para discussão das TV's públicas.
Internet:
- Regulamentação - marco legal
Proteção à criança e ao adolescente na internet
Mato Grosso
2 -Defendemos a discussão específica sobre alguns pontos:
- Políticos apresentadores de TV;
- Programas religiosos;
- Violência nos programas de desenho animado;
- Publicidade para crianças;
- Relações de gênero;
- Racismo;
- Grande número de franquias das rádios;
- Propaganda institucional (por exemplo, propagandas do poder público que ressaltam algumas melhorias feitas, sendo que essas ações são apenas obrigações e não tem necessidade de exibição)
- Exclusividade (Por que determinados veículos sempre tem exclusividade na cobertura de alguns eventos. O que isso gera? (Mais publicidade etc...)
Créditos, direitos autorais.
Reflexões

O debate sobre princípios já está colocado na Constituição Federal. Precisamos debater a regulamentação do que está posto.
Precisamos deixar uma redação clara no que toca a representação das minorias nos meios de comunicação: questão de gênero, étnico-racial, diversidade religiosa, etc.
O temário da Conferência nos estados não precisa ser o mesmo da Conferência Nacional. Toda Conferência tem um momento de discussão, de apresentação e de deliberação de propostas. Precisa definir o que é objeto de debate e deliberação.
É preciso ter claro onde estará o debate sobre regulamentação dos artigos 220 a 224.
Há temas transversais não tem que ser discutido separadamente.
Encaminhamento: Fusão das propostas LaPCcom/Intervozes e FNDC. Incorporação das sugestões das estaduais no que for possível e sistematização dos dissensos para a plenária.
Observação a posteriori: Chegou-se a uma proposta de consenso que será enviada para a lista o quanto antes.
Informes:
Nos dias 26 a 28 de maio, tem a etapa final. O segundo fórum está sendo entendido pelos participantes como instância para tirar propostas para a Confecom. Mais informações http://www.forumtvp ublica.org. br/
18 e 19 de maio acontece Seminário de Radiodifusão Pública.
PL do Direito à Informação Pública
ANEXO I – PROPOSTA DE SÃO PAULO PARA O TEMÁRIO
Proposta de São Paulo para o temário e os critérios organizativos da sociedade civil não empresarial na Conferência Nacional de Comunicação
Apresentação
A constatação que se generalizou na Comissão Paulista Pró-Conferência é de que não há diferenças essenciais entre as três propostas iniciais de temário, que podem tranqüilamente ser fundidas em uma só. A Comissão julgou, porém, serem necessários acréscimos, que passa a apontar.
Devemos, preliminarmente, introduzir na Conferência Nacional uma discussão conceitual sobre comunicação social. É importante que sejam discutidos os princípios mesmos da comunicação social, antes de entrar no debate dos eixos temáticos ou das questões específicas das mídias, para assim estabelecer os pontos fundantes do entendimento da comunicação como um direito humano fundamental.
Isso nos permitirá, no momento seguinte, ampliar e aprofundar o debate a partir de eixos transversais estruturantes, dentro da lógica de transformar a realidade atual para reconhecer direitos hoje inexistentes: o acesso ilimitado da população aos meios de comunicação, ao direito de informar e de ser informada, ao direito de reconhecimento das diferenças culturais/regionais etc. Em outras palavras, a democratização dos meios de comunicação social.
Nessa perspectiva, também, nenhum meio poderia ter como produto de sua programação, por exemplo, o fomento a qualquer tipo de violência, de preconceito ou de discriminação (de gênero, de orientação sexual, de etnia e outras).
A discussão conceitual e de princípios permitirá superar os limites hoje existentes ―– que excluem, marginalizam, invisibilizam seletivamente, reforçam estereótipos e são danosos à maioria da sociedade brasileira ― e romper, assim, com a tendência à manutenção do status quo.
De um modo geral, quanto ao temário, a Comissão Pró-Conferência de São Paulo propõe uma abordagem em 3 blocos:
1.Princípios (direitos humanos e questões gerais)
2.Temas transversais (ver abaixo)
3.Meios (conforme propostas já apresentadas por Lapcom, Intervozes e FNDC)
O bloco 2, de temas transversais, estaria dividido nos seguintes eixos:
1.Liberdade de expressão e acesso à informação e ao conhecimento (este ponto está diretamente relacionado ao item 3):
● criação e fortalecimento de mecanismos de garantia da liberdade de expressão, parâmetros para o exercício da liberdade de expressão fundados nos direitos humanos e na proteção à infância e adolescência, direito de resposta, direito de antena, acesso à informação pública e empresarial, propriedade intelectual, acesso à internet como condição de exercício da liberdade de expressão
2.Propriedade, concentração e regulação de mercado:
● limites à concentração de propriedade, definição de monopólios e oligopólios com a regulamentação do artigo 220 da CF, questões de propriedade cruzada (radiodifusão, imprensa e telecomunicações), participação do capital nacional e limites ao capital estrangeiro, limites à verticalização (especialmente na TV por assinatura e serviços convergentes) , concessões de rádio e TV, regras de ocupação de espectro na digitalização
3.Diversidade e pluralidade de conteúdo:
● estímulo à produção nacional, regional e independente, mecanismos de estímulo à pluralidade e diversidade, valorização da diversidade humana, parâmetros de conteúdo nos veículos objetos de concessão pública, direito de antena, garantia do caráter educativo, cultural e informativo dos meios de comunicação (regulamentação do artigo 221 da CF), classificação indicativa e mecanismos de proteção à infância e adolescência (v-chip, relação com faixas horárias etc.), neutralidade de rede na internet
4.Complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal e regime de exploração dos serviços:
●divisão do espectro entre os diversos sistemas, garantias e estímulo a meios comunitários e livres, regime de exploração de banda larga e celulares, gestão do sistema e das emissoras públicas
5.Órgãos reguladores:

● Definição de órgãos e instrumentos de regulação e fiscalização da radiodifusão, telecomunicações e publicidade, com participação social, delimitação das competências e funcionamento das agências ou órgãos reguladores
6.Participação e controle social:

● ampliação dos mecanismos de participação popular, fortalecimento e garantia do caráter deliberativo dos órgãos de controle social, estabelecimento de espaços de diálogo permanente com a população sobre os meios de comunicação e seus conteúdos, regulamentação do conteúdo publicitário (incluindo publicidade de alimentos, bebidas alcoólicas e outras drogas psico-ativas, publicidade dirigida a crianças)
7.Financiamento:
● garantir o incentivo à produção nacional, regional, independente e livre, relação entre publicidade e conteúdo, participação de capital estrangeiro, critérios de distribuição de publicidade oficial, uso de recursos públicos para estimular pluralidade e diversidade de meios e conteúdos, mecanismos de subsídio cruzado entre os serviços concessionários, financiamento dos meios comunitários e públicos, fundos públicos do setor de comunicações
8.Acesso e universalização dos meios de comunicação:
● políticas de universalização dos serviços de comunicação, em especial da banda larga, uso do FUST, inclusão digital, política de tarifas dos serviços pagos, acessibilidade às pessoas com deficiência.
9.Trabalho em comunicação e regulamentação profissional:
● direitos, garantias e condições de trabalho do trabalhador em comunicação. Formação e qualificação acadêmica e profissional.
Critérios para organização da Conferência
1.A I Conferência Nacional de Comunicação, bem como as Conferências Estaduais e Distrital preparatórias, terão caráter deliberativo;
2.Os GTs estaduais e distritais devem garantir a representação preferencial de movimentos que não têm representação nacional, devendo contemplar, em sua delegação, a diversidade quanto a raça, gênero, orientação sexual, etnia, etc.
3.O ideal é a ampliação da Conferência para 4 dias, como tem sido a maioria das Conferencias Nacionais recentes.
4.As fases municipais e regionais serão abertas. As Conferências Estaduais e Distrital terão delegados/as eleitos nas etapas anteriores, mas serão abertas para observadores, com direito a voz. A Conferência Nacional será composta, fundamentalmente, por delegados/as;
5.As mesas deverão, na medida do possível, expressar diversidade de representação dos diferentes setores da sociedade civil e do Poder Público;
6.Cada Estado e o Distrito Federal deverão ter autonomia para decidir se realizarão etapas municipais e regionais, não estando a realização das Conferências Estaduais e Distrital vinculadas à realização prévia dessas etapas;
10.As Conferencias Municipais são importantes para ampliar o debate.
11.Em todas as etapas, deve-se visar à ampla participação de setores organizados ou não da sociedade, possibilitando o envolvimento de setores que anteriormente não estavam envolvidos diretamente nas discussões sobre o tema.
12.A Etapa Nacional deve ter a perspectiva de contar com a participação de, pelo menos, 2 mil delegados/as. Destes, no máximo 16% devem ser de representação de empresários.
13.A representação da sociedade civil na Conferência Nacional deverá levar em consideração a proporcionalidade da população dos Estados, podendo-se adotar, complementarmente, o sistema de cotas para determinados grupos, de modo a evitar-se uma super representação do empresariado.
14.Calendário para realização das etapas:MUNICIPAIS: JULHO E AGOSTO ESTADUAIS: SETEMBRO E OUTUBRO.
Temos maio e junho para desencadear processo local. Não é necessário longo período entra as estaduais e a nacional. Tempo somente para sistematização, organização logística e articulação.
Questões de organização:
A Comissão Nacional Pró-Conferência deve ter continuidade e sua permanência, mesmo após a formação da Comissão Organizadora oficial, deve ser garantida.
Precisamos pensar na organização de uma pré-conferência da sociedade civil um ou dois dias antes da Conferência Nacional.
-- Carolina RibeiroIntervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Socialwww.intervozes. org.brwww.direitoacomunic acao.org. br

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Organizações acionam MP para proibir outorgas a políticos

Henrique Costa - Observatório do Direito à Comunicação 07.05.2009
A ONG Artigo 19 e o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social protocolaram na última terça-feira (5) no Ministério Público Federal (MPF) representação alegando a inconstitucionalidade da concessão de outorgas de rádio e TV a parlamentares.
A expectativa das entidades é que o documento dê origem a uma Ação Civil Pública questionando a propriedade de empresas de radiodifusão por deputados e senadores a partir dos limites na Constituição Federal e do conflito de interesses que cerca a questão.A controvérsia em torno da exploração de serviços de rádio e TV por entes controlados por parlamentares voltou a ficar em evidência no início do mês de abril, quando a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou recomendação impedindo que parlamentares figurem como diretores, proprietários ou controladores de empresas exploradoras de serviços de radiodifusão. O documento acrescenta ainda que, verificada essa situação, a outorga ou renovação deva ser rejeitada.O texto ainda será avaliado pelo plenário da Casa. O prognóstico mais provável é a derrota da recomendação no plenário, já que cerca de 25% dos senadores detêm participação em entes que exploram concessões de radiodifusão. De qualquer forma, a denúncia publicada pela Folha de S. Paulo em fevereiro de que o presidente do Senado, José Sarney, em grampo legal da Polícia Federal, afirmara utilizar a concessão de TV que possui em São Luís do Maranhão para atacar seu adversário político, o ex-governador Jackson Lago, escancarou a utilização de outorgas para fins de disputa política e eleitoral.O artigo 54 da Constituição Federal declara explicitamente que deputados e senadores não podem, desde a expedição de seu diploma, “firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes” e, desde a posse, “ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoas jurídicas de direito público, ou nela exercer função remunerada.”A realidade, como se sabe, é outra, com casos que vão desde a utilização da outorga para fins políticos pessoais até o inevitável conflito de interesses explícito na necessidade de legislar sobre outorgas e renovações quando se é o próprio interessado na questão. Estudo recente do Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília mostrou que 37% dos membros titulares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara e 47% dos titulares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado são proprietários de empresas de radiodifusão ou têm parentes nesta situação.Minicom apela para interpretação dúbiaA interpretação do Ministério das Comunicações para o texto constitucional provoca indignação das entidades. Responsável pela fiscalização das outorgas, o órgão justifica-se relativizando o artigo 54. Em audiência pública realizada em abril de 2007, Marcelo Bechara, assessor jurídico do Ministério das Comunicações, apresentou a interpretação da pasta. “Esse dispositivo constitucional proíbe que tenham contratos com empresas prestadoras de serviço público, e não que sejam proprietários. Diz que eles não podem ser proprietários de empresas que tenham favores do Poder Público. O serviço de radiodifusão não é um favor, é um serviço público constitucionalmente outorgado.”João Brant, coordenador do Intervozes, afirma que a postura do Ministério das Comunicações se parece mais a de um advogado de defesa dos políticos concessionários. Para ele, uma interpretação simples da Constituição não deixa dúvidas sobre a restrição imposta aos parlamentares. “Ao contrário de defender essa inconstitucionalidade, o papel dele deveria ser zelar pelo interesse público e pela menor imbricação possível entre os poderes.” Além da explicação sui generis do Ministério das Comunicações, deputados e senadores também não podem ser proprietários de empresa que receba favor decorrente de contrato com empresa pública.No documento apresentado ao MPF, Intervozes e Artigo 19 afirmam a inconstitucionalidade da prática e esperam o questionamento judicial da interpretação do Ministério das Comunicações, bem como providências com relação à fiscalização ineficiente da pasta e o compromisso desta no aprimoramento do sistema de informações ao público sobre a propriedade e gestão das emissoras de rádio e TV. “Esperamos que essa representação ajude a fomentar o debate sobre a necessidade de enfrentar males como esse [outorgas ilegítimas a parlamentares] que impedem que a democracia brasileira se efetive plenamente”, completa Brant.

sábado, 2 de maio de 2009

Falta fazer valer a complementaridade para democratizar o acesso aos meios

30/04/2009 |
José Luiz do Nascimento Sóter*

O debate em torno da democratização da comunicação não é novo. Há anos, movimentos sociais, como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), reivindicam uma pluralidade maior nos meios, defendendo, entre outras ações, a regionalização da produção midiática como forma de abrir espaços para a manifestação das culturas locais.
Uma vitória importante nessa luta foi a inclusão, na Constituição de 1988, do artigo 223, que determina a complementaridade dos sistemas privado, público e estatal:
"Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, publico e estatal".
A discussão, antes restrita aos gabinetes do Congresso Nacional, ganhou as ruas naquela época. O debate sobre os sistemas demonstrou a necessidade de uma radiodifusão pública. As formulações evoluíram para o conceito da radiodifusão comunitária e, em 1998, aprovou-se a Lei 9.612 que, mesmo precária, reconhece e regula as rádios comunitárias.

Os meios de comunicação hegemônicos, entretanto, elegeram a radiodifusão comunitária como inimiga. Campanhas nacionais ainda tentam jogar a opinião pública contra um direito adquirido por lei. Acredito que essa agitação se dá porque o movimento de rádios comunitárias vê na complementaridade a possibilidade de inclusão das mais remotas localidades no direito à comunicação.
Os pequenos municípios estão à margem do sistema privado. As grandes empresas de comunicação buscam a alta lucratividade, baseadas na relação custo-benefício. Por consequência, centralizam a produção, diminuem os recursos humanos, excluem os mercados locais de suas planilhas publicitárias e fecham as portas às manifestações artísticas e culturais populares.
Hoje enfrentamos a triste realidade de não termos mais espaços no dial. As frequências foram ocupadas pela radiodifusão privada. E, assim, questiono: onde está a complementaridade entre os sistemas? Tirando os destinados às emissoras ligadas ao Estado, não sobram canais pra outras formas de radiodifusão, dentre elas a comunitária.
O senador Arthur da Távola, relator do referido artigo durante a formulação da Carta Constitucional, considerava que o mais importante eram as medidas que significassem a democratização na outorga dos canais. Segundo ele, “havendo um equilíbrio na concessão, se alcançaria o pressuposto da democratização nos meios de informação”.
Portanto, na formulação da pauta da Conferência Nacional de Comunicação, que ocorre em dezembro, devemos aprofundar o debate sobre o principio da complementaridade dos meios, a partir da redistribuição dos canais de radiofrequência. Defendo que essa redistribuição seja democrática e equitativa, concedendo a cada sistema um terço do dial.
No sistema privado, estariam contempladas as emissoras comerciais; no público, as emissoras sem fins lucrativos e de gestão pública (comunitárias e educativas); e no estatal, as emissoras ligadas aos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo (inclusive as rádios universitárias). Creio que, dessa maneira, a complementaridade estará garantida. Não dá para continuarmos burlando a Constituição Brasileira, destinando privilégios aos empresários e retirando as emissoras do campo público, como as comunitárias, para fora do dial.

*José Luiz do Nascimento Sóter
Coordenador-geral da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
Participante da Coordenação Executiva do FNDC

Anistia às comunitárias terá de ser pautada na Confecom


30/04/2009 Ana Rita Marini
FNDC


A Conferência Nacional de Comunicação deverá ser palco, entre as tantas demandas do setor, para a continuidade do debate sobre a descriminalização das rádios comunitárias. Sofreram um revés os vários projetos que tramitam no Congresso, no sentido de que a operação de rádio de baixa potência não outorgada no Brasil deixe de ser considerada crime enquanto correm os processos para sua legalização.
Quando já circulava em instância final de apreciação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o Projeto de Lei nº 4.549/98 – que prevê anistia à radiodifusão comunitária praticada sem o documento de outorga – um Requerimento (nº 4.298/2009) foi apresentado pelo deputado Raul Jungmann (PPS) pedindo a apreciação do PL pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO).
O PL 4.549/98 tem apensados outros seis projetos de lei afins: 4.808/98, 3.225/00, 796/03, 4.294/04 e 4.573/09, este último proposto pelo Governo Federal, em janeiro último. O Executivo assume, nessa proposta, o entendimento que o direito à liberdade de expressão e de informação são fundamentais em qualquer democracia.
Em sua justificativa, no Requerimento à CCJ, Jungmann declara que a matéria trata de assunto “diretamente ligado à segurança pública, na medida em que não raras vezes tem-se notícia do uso de rádios clandestinas pelo crime organizado”.
Na avaliação do coordenador Executivo da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), José Luiz do Nascimento Sóter, esse movimento do processo dentro da Câmara seria uma reação contrária dos empresários da radiodifusão à possibilidade de descriminalização da radiodifusão comunitária (radicom) e a anistia dos seus militantes. “O deputado Raul Jungmann deve estar defendendo esses interesses, para barrar o projeto, porque eles tratam rádio comunitária como crime. Como ele vai mandar um projeto de anistia para ser tratado na comissão sobre crime organizado?”, reclama Sóter.
Nenhuma ação específica deverá ser empenhada neste momento junto à CSPCCO, de parte da Abraço. O PL está parado na Comissão, aguardando a designação de relator. Para o dirigente, o movimento pela radicom, que se prepara para a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontecerá de 1º a 3 de dezembro em Brasília, deve se concentrar em sensibilizar os representantes do poder público e da sociedade civil em geral, no âmbito da conferência. “Como nós estamos envolvidos na organização da Confecom, e acreditamos que a tramitação do projeto na Câmara vai ser morosa [porque voltou ao ponto zero, então terá de voltar à Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática – CCTCI – e novamente à CCJ], qualquer esforço que a gente tente agora junto a essa comissão vai ser inócuo. Nossa ação será preparar o melhor possível nossa demanda para levar à Conferência”, conclui Sóter.

Comissão organizadora da Conferência de Comunicação tem mais peso do empresariado

Por Raquel Junia
30.04.2009

Finalmente, no dia 17 de abril, o governo federal expediu o decreto convocando a Conferência Nacional de Comunicação. Para os movimentos sociais e entidades que há bastante tempo lutam pela realização da Conferência, essa é uma vitória. Entretanto, a batalha está apenas começando.

A portaria que especifica a composição da comissão organizadora da Conferência apresenta um desequilíbrio entre o campo da sociedade civil não empresarial – movimentos, entidades, sindicatos – e os empresários da mídia. A composição de 10 membros do poder público e 16 da sociedade civil, divididos em oito do empresariado e oito dos que não são empresários, incluindo neste último grupo a associação de emissoras públicas, não agradou aos que vem lutando pela realização da Conferência.
Nas oito vagas destinadas à sociedade civil não empresarial estão as seguintes entidades: ABCCOM (Associação Brasileira de Canais Comunitários), Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores de Empresas de Radiodifusão e Televisão), FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, e Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais).

“A Abepec é, na realidade, mais uma representação do poder público, enquanto que as demais cadeiras da sociedade civil (oito) são ocupadas por representantes de entidades empresariais”, afirmou em nota a Comissão Paranaense Pró-Conferência. De acordo com esse raciocínio, na verdade, sobram sete vagas para o campo não-empresarial.

A análise, entretanto, não pode ser feita apenas numericamente. O problema está no fato de que por mais que a proporção fosse exatamente a mesma entre empresariado e movimentos sociais, ainda seria, de acordo com os movimentos, uma grande injustiça. O empresariado é, na realidade, uma porcentagem muito pequena da sociedade brasileira. Para o Coletivo Intervozes, uma das entidades que fazem parte da Comissão Organizadora, há uma super representação do empresariado.

“Ainda que não fosse possível contemplar todos os setores da sociedade, nos parece pouco razoável que haja tamanho corte na representação dos movimentos sociais em favor de uma clara super representação dos setores empresariais, como é o caso da dupla representação das TVs comerciais e tripla representação da mídia impressa. Esses grupos possuem grande poder econômico e político, mas representam, proporcionalmente, um percentual ínfimo na sociedade brasileira”, afirmou o coletivo também em nota pública.

Nas oito vagas dos empresários, estão: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA), Associação Brasileira de Provedores Internet (ABRANET), Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Associação dos Jornais e revistas do interior do Brasil (ADJORI BRASIL), Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL).


Governo desconsiderou proposta da Comissão Nacional Pró-Conferência
Da Comissão Nacional Pró-Conferência (CNPC), participam 33 entidades que somaram forças para garantir a convocação da Conferência. Além desta, existem comissões estaduais que estão em diálogo com a nacional na tentativa de garantir a mobilização nos estados.

Em fevereiro deste ano, a Comissão Nacional teve uma reunião com o Ministério das Comunicações, na qual apresentou uma proposta de composição da Comissão Organizadora. A proposta apresentada destina doze vagas para o segmento não empresarial da sociedade civil, dez para o poder público (considerados governo, parlamento e judiciário), cinco para entidades empresariais, duas para a mídia pública e uma para a academia.

“Na ocasião, foi solicitado que o governo agendasse novo encontro para apresentar sua avaliação sobre a proposta de modo a avançar no debate sobre o formato final do que viria a ser a Comissão Organizadora. Porém, após apresentação da proposta, a CNPC só conseguiu uma reunião com representantes do Executivo dois dias antes da publicação do decreto que convocou oficialmente a Conferência e cinco dias antes da publicação da Portaria 185, quando recebeu a notícia de que a composição da Comissão Organizadora já estava definida”, relata o Intervozes. O coletivo ressalta ainda que a composição estabelecida pela portaria está em desacordo com a proporção adequada em outras conferências, como a de saúde.

O que fazer?

Em carta para o ministro das Comunicações Helio Costa, no dia 27 de abril, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) apresenta algumas sugestões para que a Conferência seja transparente e participativa. Entre as indicações está a de que a proposta de composição da Comissão Organizadora feita pela Comissão Nacional Pró-Conferência seja considerada. E também que a Conferência seja deliberativa.

A Comissão Paranaense Pró-Conferência defende a revisão da portaria e a indicação de suplentes pela Comissão Nacional.

“Reconhecemos e legitimamos as entidades já indicadas por sua história de luta e compromisso com as nossas bandeiras, mas avaliamos como um desrespeito ao processo democrático conduzido pela Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação que esta indicação tenha sido feita pelo governo e sem levar em conta a subrepresentação social que tal composição significa”, aponta a Comissão paranaense.

Para Noeli Godoy, representante do Conselho Regional de Psicologia (CRP 05) no Comitê Rio Pró-Conferência Nacional de Comunicação rever a portaria é uma possibilidade difícil de ser aceita pelo governo federal. Ela avalia que essa composição não é a que os movimentos esperavam, mas também não é das piores. “Apesar de muitos parceiros terem ficado de fora, existe uma possibilidade de diálogo com essa comissão”, acredita. Noeli ressalta que, embora o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tenha ficado de fora da comissão, o CFP faz parte do FNDC, então, de certa maneira, está representado. O CFP historicamente vem atuando no campo da democratização da mídia.

Mobilização

Para além da discussão em torno da composição da Comissão Organizadora, os comitês nacionais e estaduais também precisam agora jogar peso na mobilização para que muita gente participe direta ou indiretamente das etapas da Conferência. Ainda não foi definido pelo governo federal o regulamento para a realização das conferências em todas as etapas - municipal, estadual e federal. Mas os movimentos precisam correr contra o relógio porque com o atraso do decreto presidencial, o tempo para realizar as etapas está apertado.

Para Luis Gonzaga da Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares do Brasil e do Movimento de Moradia do Centro de São Paulo, a realização da Conferência é um grande avanço, já que no Brasil há um grande cerceamento do direito de voz do povo pobre. “Talvez se democratize a comunicação, o debate vai estar presente e com certeza poderemos aprofundar. Vai ser muito pesado porque os meios de comunicação [comerciais] vão jogar pesado para não serem atrapalhados”, opina.

Ele também critica a composição da comissão organizadora, mas alerta: “Precisamos nesse momento pegar esse pássaro que já está na mão para depois correr atrás do outro que está voando”. Gegê diz ainda que os movimentos nos quais atuam tentarão participar das conferências de comunicação, mas ao mesmo tempo também terão que participar de conferências de outras áreas que serão realizadas nesse ano, o que pode dificultar um pouco a presença em maior número.

“O tema da comunicação é muito espinhoso, temos que insistir com os movimentos, não esperar que eles venham até nós, que comecem a participar das reuniões. Nós é que temos que ir até eles e contagiá-los, seduzí-los, aposta a psicóloga Noeli Godoy.

Núcleo Piratininga de Comunicação